Livro:
A Garota dos Pés
de Vidro.
Autor:
Ali Shaw.
Páginas:
287.
Editora:
Leya.
Sinopse:
Você acreditaria que há uma criatura que transforma
tudo o que olha em branco puro? Que há corpos de vidro afundados na água do pântano?
E vacas do tamanho de insetos, com asas de borboleta? Então ainda não pode
enfrentar o que está acontecendo com você. Talvez ainda não tenha percebido, ou
ache que é apenas uma farpa no dedo do pé,
mas a verdade é que você está, de fato, se transformando em vidro, lentamente.
E embora, nesse ritmo, talvez pudesse seguir para sempre, tornando a
transformação derradeira tão vaga como a morte, nunca se sabe quando seu corpo e
sua razão se cansarão da batalha, e você terá de sucumbir instantaneamente à mais
fantástica das cristalizações. É hora de
acreditar no impossível. E, antes de mais nada, acreditar em si. Porque, se
não é mais capaz de surpreender-se e maravilhar-se com os mistérios dessa vida,
talvez seu coração já tenha endurecido.
Pensei
um pouco se falaria ou não sobre este livro, pois foi um livro que me fez ter sentimentos ambíguos. Ao mesmo tempo em que ele encanta com um cenário
muito bem arquitetado e sombrio, nele há fios soltos que fazem com que você
pare e agarre os seus os próprios cabelos, em frenesi.
O
livro A Garota dos pés de Vidro conta
a história de Midas Crook, um garoto solitário e anti-social, gosta do silêncio
e do que ele o propicia, um personagem misterioso, apaixonado por fotografia e
cheio de interrogações, que fazem com que nos prendemos a ele logo nas
primeiras páginas; e de Ida Mclaird, uma
garota que era aventureira e cheia de luz, e que no momento em que seus pés
começam a se transformar em vidro, sua vida se torna fria e preta e branca.
Os
dois se conhecem e começam a formar um vínculo quando ela vai para a ilha em
que Midas vive, atrás de Henry Fuwa, um homem que talvez tenha as respostas
sobre a misteriosa doença que Ida enfrenta.
Os
cenários são monocromáticos, as descrições das ilhas são perfeitas, o ponto
negativo é que passando da metade do livro começa a se tornar repetitivas as
descrições, tornando-se desnecessárias.
Sem
dar spoilers, digo que este livro
engana muito com uma capa bonita e uma sinopse fantástica e um tanto confusa.
Pois costumamos dizer que os livros de fantasia, é a forma que temos de falar
dos problemas de forma indireta, de fazermos uma crítica a algo que se fosse um
livro sem nenhum elemento fantástico não atrairia tantos leitores e adeptos,
mas este livro - a estreia de um autor britânico - ele sim se encaixa nesse
contexto, a meu ver as pontas soltas que ficaram foi a forma que o autor
encontrou de mostrar o que ele queria. Nele vemos uma metáfora sobre a vida, o
tempo... e as escolhas. Acredito que o
universo fantástico que ele criou é apenas um plano de fundo para as analogias
que ele coloca, fazendo-nos refletir.
Portanto,
guardem um tempo, e leiam este livro. Pois apesar dele não ter uma leitura
rápida e possuir pontas soltas, o cenário e os sentimentos que o livro exprime
fazem com que valha pena a leitura.
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